Por Marcia Alves e Rafael Morais
Diante dos processos de colonização, a população negra, os povos originários, artistas e toda periferia brasileira, vem ao longo da sua história de lutas e resistências, ampliando e fortalecendo as redes de solidariedade, comunhão e principalmente COLABORAÇÃO.
O sentimento de solidariedade em rede vem se apresentando como a barca que faz a travessia de uma cidade para outra, pelo rio São
Francisco. Unindo duas cidades irmãs - Petrolina e Juazeiro - no vale do São Francisco. Em tempos de
pandemia onde um mostro terrível chamado
coronavírus obrigou o fechamento das portas dos espaços culturais por conta de não se poder aglomerar pessoas e risco de ceifar vidas. Com isso, as apresentação em teatros, cinemas, casas de shows
não estão acontecendo.
Quem dera pudéssemos chamar Chico e Flor
para combater este monstro que tem tirado o trabalho dos artistas em suas
diversas linguagens. Além de ter tirado
o trabalho de atores, produtores e tantos outros profissionais da cultura,
tirou também trabalhos gerados
indiretamente por meio das apresentações culturais, inclusive o da Dona Maria que
vende a pipoca na porta do teatro. Nunca
foi fácil, mas sempre conseguimos vencer as dificuldades organizando-nos em
rede solidária, colaborativa, resistindo e promovendo ações assertivas para
defender os direitos do povo.
As resistências estão no próprio ato de
viver, na sobrevivência e reinvenção da periferia, que é ignorada pelo poder
público, que estrategicamente tem negado o direito e acesso aos bens públicos
de saúde, educação e cultura. O racismo
estrutural que a sociedade branca privilegiada insiste em continuar promovendo,
tem nos negado o direito de viver com dignidade e respeito, o racismo tem nos
tirado a vida. Na periferia, nos becos e barracos temos uns ao outros
nessa rede de apoio e ajuda mútua.
Os nossos antepassados estão vivos, dentro
de nós, resistindo ao aqui e agora. O processo de aquilombamento é nossa
herança ancestral de luta e resistência diante da opressão que foi e é a
colonização. Nosso quilombo, nosso barraco, nossa casa, nosso terreiro, nossa
rede social na internet, que partilhamos em solidariedade aos nossos.
· Você sabia que a população negra é hoje a que
mais tem morrido por conta da disseminação do Covid-19?
· Quantas pessoas negras você tem ajudado nesse
momento de pandemia?
· Quantas lives de artistas negros você tem
acompanhado?
· Quais ações têm sido feitas pelo poder público
para amparar e cuidar da população periférica?
· O que você têm feito para ser antirracista?
· A sua solidariedade e colaboração tem chegado
às pessoas negras?
A Frente Negra do Velho Chico através de
ações têm mobilizado o poder público e sociedade civil para que juntos possamos
resguardar as populações negras, periféricas e minorias em vulnerabilidade
socioeconômica. A campanha NEGRITUDE VIVE tem arrecadado alimentos não perecíveis,
materiais de higiene e limpeza, e uma vakinha online para doações (acesse clicando aqui). Todo as
doAÇÕES serão destinadas para as famílias periféricas.
A Frente Negra do Velho Chico conta com sua
colaborAÇÃO!
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