segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Mulheres Pretas: organizações e caminhos (com Sonia Ribeiro, terça - 18/8)




Êa, povo preto! Êa, galera antirracista!

Retrazer as lutas e organizações das mulheres negras, durante e após o período do escravismo.

Refletir sobre como os espaços de recriação, seguindo os princípios comunitários, coletivos e participativos referendando às comunidades em África, à exemplos das comunidades quilombolas, terreiros e outras espacialidades, são espaços de sabedorias, vivências e práticas ancestrais.

O papel desses espaços recriados como estratégias de discussões, organizações e sobrevivências do povo negro.

Esses são alguns dos pontos que trabalharemos nessa aula virtual. Após inscrição, você receberá o link para a aula no endereço de e-mail informado.

Nosso encontro será às 19h30 de 18/8.
Até lá!
AMANDLA!!


sábado, 8 de agosto de 2020

Covardes racistas não passarão

Todo o apoio a Danny Silva*

*atualizado 20h02


Fonte da imagem: cristianesobral.blogspot.com


A Frente Negra do Velho Chico vem a público repudiar mais um ato criminoso de racismo, utilizando as redes sociais para destilação de ódio racial. No dia 01 de agosto, Dia Mundial da Amamentação, a doula, Dannyely Andréia Silva, no auge da sua atividade laboral, de sensibilização em relação ao tema do aleitamento materno, foi atacada por perfis racistas que utilizaram a sua raça/cor como motivação, na tentativa de desqualificá-la profissionalmente. Além de terem denunciado a sua página diversas vezes, ao ponto de o Instagram bloquear a sua conta particular.

Dannyely Andréia Silva é uma mulher negra, mãe e exerce uma atividade profissional como doula, cujo o papel está diretamente ligada ao bem estar da mulher gestante – antes, durante e depois do parto. O papel da doula é oferecer conforto, encorajamento, tranquilidade, suporte emocional, físico e informativo durante o período de intensas transformações em que a mulher grávida está vivenciando. Essa profissional faz um trabalho competente, responsável e extremamente requisitado em nossa região.

As motivações que levam a esses ataques violentos nas redes sociais não ocorrem de maneira isolada. Esses ataques acontecem constantemente direcionadas à população negra e aos demais grupos historicamente perseguidos, na tentativa da manutenção e da permanência do silenciamento histórico desses grupos. Além do esforço da permanência da hegemonia branca heteronormativa e cristã ortodoxa nos espaços de fala, de visibilidade e poder.

A violência ocorreu, porque Dannyely  colocou o seu ponto de vista a respeito da  postagem de uma profissional de saúde, que postou uma fotografia da estátua que fica na Orla Nova da Cidade de Juazeiro da Bahia, com o intuito de homenagear o Agosto Dourado - Mês de conscientização do aleitamento materno. A referida obra, de uma artista local, retrata uma Mulher Negra, com cara de fera, amamentando duas crianças brancas e uma criança negra chorando. Danny foi no privado da autora da filmagem e  colocou que aquela imagem não era símbolo de homenagem, mas de opressão, com a qual mulheres negras escravizadas, foram obrigadas a conviver, tendo que amamentar os filhos das mulheres brancas, em detrimento dos seus filhos negros, que choravam de fome. 

A  profissional de saúde, que na ocasião aceitou a crítica e utilizou a contextualização feita por Dannyely, para debater o assunto do combate ao racismo estrutural, com os seus seguidores, além de ter pedido desculpas, que antes da conversa com Danny, tinha uma outra compreensão, mas que a partir dali, mudou a sua concepção. Vale citar que esta profissional não era negra. Ela não sofreu nenhum ataque ou ofensa moral. Não teve sua imagem violentada, nem sua atividade profissional desqualificada. É importante citar esse cenário, porque é muito sintomática para a relação de violência que a mulher negra sofre na sociedade brasileira. Ainda mais se estiver ocupando um espaço profissional, qualificado e reconhecido, como Dannyely sempre foi. A violência seletiva, situada, exemplifica o racismo estrutural, ao qual somos diariamente submetidos.

Em nossa região, essas violências estão cada vez mais frequentes. Por isso, a Frente Negra desempenha um papel importante na denúncia e no esforço do reparo às vítimas agredidas. A Frente Negra atenta ao racismo virtual e solicita às autoridades competentes apuração deste ato de violência sofrido por Dannyely. Além de exigir a averiguação de outros casos de crimes virtuais por motivações raciais e violências correlatas, praticados em nossa região, por indivíduos que utilizam das redes sociais para nos violentar e que permanecem atuando em razão da impunidade.

Ciente de que, hoje, as cidades de Petrolina/PE e Juazeiro/BA não contam com setores  públicos equipados para a real apuração de casos como esses, a Frente Negra vem a público solicitar aos Governadores dos Estados da Bahia e de Pernambuco a instalação de delegacias especializadas em crimes virtuais – que já são penalidades previstas no código criminal do nosso país, como é o caso da Lei de Crimes Cibernéticos, 12.737/2012, conhecida como Lei Carolina Dieckmann, que tipifica  atos virtuais de violência como invadir computadores, violar dados de usuários ou “derrubar” sites e perfis. Além do Marco Civil da Internet, Lei 12.965/2014, que foi sancionado em 2014 e regula os direitos e deveres dos internautas na internet brasileira.

Assim, a Frente Negra por meio de seus membros e coletivos que a compõe se coloca à disposição para seguir com a denúncia, para amparar Dannyely Andréia Silva e não permitir mais essa impunidade aos racistas. Mas, acima de tudo, a Frente Negra vem dar apoiar dar suporte a essa mulher negra, mãe e profissional, compreendendo a dor e o adoecimento que o racismo estrutural provoca em quem sofre esse tipo de violação dos seus direitos. Essa dor que nos é compartilhada pelos anos das nossas vidas, por isso, coletivamente, conseguimos enfrentá-la.





quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Igualdade Racial Já! Estatuto na pauta da Câmara de Petrolina









Senhoras e Senhores Vereadores da cidade de Petrolina,

A Frente Negra do Velho Chico, os cidadãos e cidadãs abaixo assinados e demais organizações, entidades e movimentos negros, sociais, culturais, artísticos e de Direitos Humanos vêm, por meio desta Petição, manifestar que cada uma de Vossas Excelências VOTE PELA APROVAÇÃO DO PROJETO DE LEI QUE INSITUI O ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL E DE COMBATE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA (152/2019).

Desde pelo menos outubro de 2019 que este projeto tramita na Câmara de Vereadores de Petrolina. Surpreendentemente, na sessão de 14 de julho, faltando poucos minutos para que o este projeto bem como o projeto que altera a Lei que cria o Conselho de Direitos Humanos (086/2019), ambos foram retirados, gerando grande indignação na sociedade e na comunidade negra em particular.

A promoção da igualdade de oportunidades e do combate ao racismo é obrigação de todos, mas é principalmente UM DEVER DO PODER PÚBLICO EM TODOS OS NÍVEIS. O município não  pode se omitir na neutralidade racial, mas sim engajar-se na promoção de políticas públicas antirracistas.

Assim, manifestamos aos vereadores

 

AERO CRUZ – MDB

ALEX DE JESUS – REPUBLICANOS

ALVORLANDE CRUZ – REPUBLICANOS

CICERO FREIRE – REPUBLICANOS

CRISTINA COSTA – PT

EDILSÃO DO TRÂNSITO – MDB

ELIAS JARDIM– DEM

ELISMAR GONÇALVES – PODEMOS

GABRIEL MENEZES – PSL

GATURIANO CIGANO– DEM

GILBERTO MELO – DEM

GILMAR SANTOS – PT

MAJOR ENFERMEIRO – MDB

MANOEL DA ACOSAP– DEM

MARIA ELENA – MDB

OSINALDO SOUZA – MDB

OSÓRIO SIQUEIRA – MDB

PAULO VALGUEIRO – PSD

RODRIGO ARAÚJO – REPUBLICANOS

RONALDO CANCÃO – DEM

RONALDO SILVA – DEM

RUY WANDERLEY – PSC

ZENILDO NUNES – MDB

 

A necessidade da aprovação urgente e inadiável do PL que estabelece o ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL E DE COMBATE A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA (152/2019).

Nenhum passo atrás.

 

https://peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR116935